Exposição Ninhos Urbanos

Instalação urbana traz a arte de volta para as ruas de Goiânia.

16/04/2021min de leitura

Grupo de 66 artistas goianos assina a exposição Ninhos Urbanos, que irá levar cor e alegria para a Praça da T-23, no Setor Bueno. Iniciativa visa ser uma contribuição para o bem-estar da sociedade através da arte. Antes da instalação, obras passam por avant-première em imobiliárias da capital.

Qual é o poder da arte?

Um estudo realizado na Universidade de Lesley, nos Estados Unidos, mostrou benefício da arteterapia em mudanças de comportamento em pacientes veteranos de guerra que sofriam de Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT). Outro trabalho, realizado na China, em Beijing, estudou 28 pacientes aposentados e como a produção de arte pode mudar o cérebro e concluiu que há um melhor padrão de resiliência em pacientes expostos à produção de arte visual, bem como uma maior conectividade e funcionamento da DMN (sigla em inglês), uma rede neuronal relacionada ao desempenho de tarefas externas e internas, bem como à ação de pensar no outro e refletir sobre si mesmo, de recordar o passado e de planejar o futuro.

Esses são apenas alguns dos vários estudos que apontam que sons, imagens, cores e formas podem contar histórias, estimular sentimentos, ressignificar momentos. Embora atualmente a prioridade seja a saúde e a subsistência das famílias, as artes plásticas podem trazer bem-estar, positividade e conexão. Foi pensando nesses benefícios que a Terral Incorporadora está desenvolvendo uma intervenção urbana artística com a parceria da Associação Goiana de Artes Visuais em Goiânia (AGAV) e um grupo de artistas goianos.

Intitulada como Ninhos Urbanos, trata-se de uma exposição coletiva de 66 casinhas de passarinhos, que serão instaladas em um Flamboyant na Praça da T-23, no Setor Bueno. Cada participante pintou uma das casinhas com o seu estilo e inspiração. Enquanto o período mais crítico da segunda onda da pandemia não passa para receber a instalação, uma avant-première foi programada nas imobiliárias parceiras da Incorporadora. É uma degustação com algumas peças. Até o dia 05 de Maio elas estarão expostas nas recepções de quinze empresas no total. Cada imobiliária ficará com a exposição durante 15 dias.

Diversidade de formas, cores e mensagens pretendem inspirar o goianiense.

 A artista Rosy Cardoso quis, em sua pintura, ressaltar a importância do ninho enquanto moradia: um lugar que abraça, afaga e sedimenta proteção. “Inseri mulheres em ciranda, como mães acolhendo em sua morada as crias”, cita.

O proeminente Augusto Mangusssi, de apenas 12 anos, trouxe uma mensagem de preservação do verde e dos pássaros no ambiente urbano. Já a artista Selma Di Medeiros traz uma mensagem de otimismo: “No meu ninho, também pintei frases de incentivo às pessoas, para substituir o sofrimento do momento atual pela esperança do amanhã ao olhar para o colorido das flores, dos pássaros e borboletas.”

Propósitos

O projeto nasceu do desejo da incorporadora de criar conexão com a vizinhança do lançamento imobiliário que está realizando na região. “A ideia era dar um presente artístico para a cidade, que evocasse bons sentimentos e que pudesse ser contemplada livremente por todos que ali passassem”, diz Marcelo Borges, diretor da Terral Incorporadora. Mas ele acabou se revelando também como uma alternativa para se valorizar os artistas e trazer a arte de volta para perto das pessoas, uma vez que, há mais de um ano, eventos culturais e artísticos foram suspensos no Brasil em razão da pandemia.

“Os meios digitais têm sido uma opção de os artistas continuarem a apresentar seus trabalhos. Mas faltam acesso e familiaridade de muitos com as mídias digitais, fatores que complicam a adaptação. Sem falar que a internet não substitui, em sua totalidade, a percepção presencial das nuances de uma peça artística”, diz o artista plástico e presidente da AGAV, Valdir Ferreira dos Santos.

Sob sua tutela, 100 artistas associados passaram por tempos difíceis e hoje um dos esforços da entidade é conseguir doações de cestas básicas para ajudar na subsistência daqueles que não conseguiram se adaptar. “A iniciativa é positiva e, esperamos, que seja exemplo para que outras empresas façam o mesmo. Raramente uma empresa patrocina espontaneamente a arte”, constatou.

Executado com toda cautela necessária que o período pandêmico exige, os artistas receberam o kit de pintura em seu domicílio. O recolhimento das peças foi feito também um a um, nas casas dos participantes. Para ajudar os artistas na inclusão digital, a exposição também terá sua versão on-line, através de hotsite apresentando todas as peças e seus autores, você pode conferir acessando www.exposicaoninhosurbanos.com.br.

A iniciativa, na visão da AGAV, também pode ajudar a formar novos apreciadores. “Muitos ainda evitam as galerias porque têm a ideia equivocada de que a arte é voltada para as elites enquanto, na realidade, ela é feita para todos nós”, diz o presidente da organização. Na pandemia, considera Valdir Ferreira, as artes plásticas têm o papel de amenizar o espírito amargurado da sociedade na atual conjuntura sanitária.

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